segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Quem vai saber o que você pensou? Quem vai saber o que você sentiu? Quem vai dizer agora o que eu não fiz? Vou explicar pra você que eu quis...

Era mais uma noite como outra qualquer, na verdade um pouco diferente, o que não a desmerece nem mesmo enobrece. As pessoas chegaram sem que eu nem percebesse, não sei por conta do álcool ou a pouca atenção que eu as destinava. Quando olhei para a fila, já estava enorme. O vi. Meu nome era pronunciado ao vento, de forma tão bela que não me vieram palavras justas para comentar. Olá! Prazer! A noite percorreu em seu vazio repleto de pessoas que eu não sei o que buscavam. Cinema não era!
- Você o viu?
Fiquei inebriado pelo soar de sua voz, pelo gesto suave de seu olhar, pelo sorriso enigmático que chegava a ser perturbador, pelo ser...
- Ah, sim, mas já sumiu novamente...
- Como pode! [Haveria sorriso mais belo que o que nasceu aqui?]
A noite foi se desenrolando, ainda me embriaguei em seus olhos umas duas vezes mais, de forma que nem devo ter sido notado, o que eu gostaria mesmo que ocorresse.
Amanheceu, peguei minhas coisas, fui embora antes que as pessoas nascessem por entre as portas escuras, pela terceira vez.
Leonardo Guimarães

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