sexta-feira, 30 de maio de 2008

Soneto da Casa no Campo

Quando penso em ti, oh casinha no campo
Consigo sentir e assim me consumo
O cheiro de tua grama, da madeira do banco
Do orvalho da noite, da fumaça do fumo...

Só me falta teu corpo, tua voz, tua alma
E que venha contigo, o meu doce refúgio
Doce ser que embrutece, depois vem e acalma
Como o mais belo som do mais belo prelúdio

Perderíamos as horas com palavras ao vento
Que voam como pólen e ao longe fecundam
Inaudíveis aos ouvidos mais sensíveis

Mas ainda assim eu estaria atento
Para tuas enchentes de amor, que inundam
Meus desejos e meus beijos – Irreversíveis...

Leonardo Guimarães