domingo, 24 de fevereiro de 2008

O Domingo


O Domingo chega bonito, mas triste.
Não há quem diga que o domingo é um bom dia
Para um piquenique na praça,
Para o passeio do campo,
Para o torneio da taça,
Para o beijo do banco.

O Domingo é maroto e assim permanece.
Sonso, definhante, estático.
A missa é o refugio mais doce
Pois o Domingo é bom para a prece.
Oh Deus o que é o Domingo?
O dia é claro, a tarde é calma e a noite enlouquece.
Mas o que seria do poeta
Se o Domingo aqui não estivesse?

Leonardo Guimarães

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A Margarida



Certa vez em um dia triste
De tarde um tanto nublada
A Borboleta tenta e persiste
Pousar na Rosa ensimesmada

A Margarida de longe observa
E aprecia sem dizer nada
E quieta, ali, se preserva
Guardando-se enciumada

Mal sabe a Borboleta linda
Que a Margarida a espera chorosa
Enquanto o Cravo prepara a vinda
Para o encontro da bela Rosa


Leonardo Guimarães

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O Amor chegou

Então foi assim, já o tinha....
Olhou pros lados sem saber de onde vinha
E conformou-se
Fazer o que se o já o tinha...
De seca já estava a boca
O amor lhe batia acelerado
Consciência, da que havia, era pouca
Mas de sonhos, aí sim, restava um bocado...
Não tinha hora, não tinha lugar
Não tinha ninguém.
E mesmo assim, insistia
Como convém...
Sabia das dores que o amor traz
Mas gostou da hora, em que triste, se fez
Mesmo assim roncava no peito e se julgava capaz
De sofrer... De sofrer e de tudo agüentar outra vez...
E vivia a amar, e vivia a sofrer
E chorava aos cantos, mas ainda, enamorado
Mas assim preferia, ter da dor, e viver
Que de todos os dias da vida, nunca ter amado...

Leonardo Guimarães